quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Acreditar naquilo que não se vê




A dor na maioria das vezes nos impede de ouvir a Deus; por isso, é um exercício conter os sentimentos que ficam confusos dentro de nós. Quando estamos no meio de uma tormenta é difícil de enxergar. "Na crise não se toma nenhuma decisão", disse-nos uma vez Dom Alberto Taveira. É preciso deixar a poeira baixar para enxergar melhor. Quando a situação nos impede de ter clareza, os nossos sentimentos se misturam e o melhor é buscar ouvir a Deus. Por meio da Palavra temos uma direção certa da vontade divina, ela nos salva e nos enche de esperança e nos dá um norte a seguir.
Por isso, quando você não conseguir rezar, escutar a Deus, não se desespere, mesmo assim reze, reze com as lágrimas, ofereça a Deus os seus sentimentos, pensamentos e palavras, nada passa despercebido ao Seu olhar e amor. Para Ele nada se perde, tudo se transforma, o Altíssimo é o único que consegue tirar de um aparente mal um grande bem. Mas isso requer tempo, suor e, às vezes, muitas lágrimas e seguir com fé, acreditando naquilo que ainda não se vê. Pois a tempestade não dura uma vida toda, mas algumas horas apenas, depois aparecem o sol e o céu azul. Não se esqueça: depois da cruz vem a ressurreição!
“Logo depois, Jesus obrigou seus discípulos a entrar na barca e a passar antes dele para a outra margem, enquanto ele despedia a multidão. Feito isso, subiu à montanha para orar na solidão. E, chegando à noite, estava lá sozinho. Entretanto, já a boa distância da margem, a barca era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário. Pela quarta vigília da noite, Jesus veio a eles, caminhando sobre o mar. Quando os discípulos o perceberam caminhando sobre as águas, ficaram com medo: É um fantasma! Disseram eles, soltando gritos de terror. Mas Jesus logo lhes disse: Tranqüilizai-vos, sou eu. Não tenhais medo! Pedro tomou a palavra e falou: Senhor se és tu, manda-me ir sobre as águas até junto de ti! Ele disse-lhe: Vem! Pedro saiu da barca e caminhava sobre as águas ao encontro de Jesus. Mas, redobrando a violência do vento, teve medo e, começando a afundar, gritou: Senhor salva-me! No mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse: Homem de pouca fé, por que duvidaste? Apenas tinham subido para a barca, o vento cessou. Então aqueles que estavam na barca prostraram-se diante dele e disseram: Tu és verdadeiramente o Filho de Deus” (cf. Mateus 14,22-33).
Na nossa vida sempre haverá tempestades; no entanto, as maiores não são as tempestades externas, mas as tormentas interiores. Mas o que não pode acontecer, nesses momentos, é estarmos sozinhos sem Jesus e sem companheiros de caminhada. A nossa fé sempre será provada, é assim que a gente amadurece e cresce. São tantos fantasmas no caminho, mas não podemos nos enganar e confundir a Deus. O mais importante é reconhecê-Lo, manter os olhos fixos n'Ele e clamar a salvação. Ter a coragem de nadar contra a maré, assumir o sofrimento e ouvir dos lábios do Senhor as Palavras da salvação: "Tranquilizai-vos, sou eu. Não tenhais medo!"
Jesus repete para você agora que se encontra no meio de uma tempestade emocional, problemas financeiros, de saúde, de relacionamento conjugal, ouvindo muitas vozes e assustado por tantos fantasmas, ouça a voz do Mestre lhe dizendo: "Tranquilizai-vos, sou eu. Não tenhais medo!"
"Tranquilizai-vos, sou eu. Não tenhais medo!"
Agora reze com confiança esta oração:
Senhor, não me deixe perecer nas tempestades da vida, afundar nos momentos de dificuldades. Tudo fica tão escuro e confuso que eu posso até confundir o Senhor, por isso, quero manter os meus olhos fixos em Ti e não Te perder de vista, estender minhas mãos e tocar as Tuas e ouvir sempre as santas Palavras: 'Não tenhais medo, sou eu!' Aumenta a minha fé e nos momentos de grande tribulação, quero perceber sempre a Tua presença junto de mim a me salvar. Guarda a minha vida de todo mal e perigo e principalmente de Te ofender gravemente, desejo sempre ser orientado pela tua Palavra, que é fonte de cura e libertação para mim.
Minha bênção fraterna
Pe. Luizinho

É possível ser santo?



Sou santo!” Quando ouvimos uma declaração dessas nos assustamos ou achamos presunção, orgulho, vaidade. Facilmente retrucamos afirmando: “Santo de pau oco?!”
A santidade nos parece algo tão distante ou quem sabe meio impossível. Por isso nem pensamos em persegui-la para alcançá-la. Embora Jesus nos tenha ordenado: “Sede perfeitos (santos), assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mateus 5, 48).
Podemos mesmo pensar que a santidade seja um chamado e uma possibilidade apenas para algumas pessoas especiais como papas, bispos, fundadores de comunidades e congregações religiosas. Mas não é assim. A santidade é uma possibilidade para todos, de modo especial para os batizados.
No batismo, recebemos o Espírito Santo. Não costumamos dizer “fogo quente”, pois, trata-se de uma redundância, já que só será fogo se for quente; nem “gelo frio”, pelo mesmo motivo. Mas, podemos afirmar que o Espírito que recebemos no Batismo é Santo, pois este tem como função santificar. A função do fogo é aquecer. A do gelo, esfriar. A do Espírito, santificar.
No livro do Êxodo vemos uma bela passagem que nos pode ajudar a entender a santidade: “Moisés notou que sarça estava em chamas, mas não se consumia” (Êxodo 3, 2). Deus disse a esse profeta: “Tira as sandálias dos pés, porque o lugar onde estás é uma terra santa” (Êxodo, 3, 5).
Passemos o Novo Testamento à nossa vida.
a. A chama que queima e não se consome é o Espírito Santo, que recebemos em nosso batismo. Ele é Deus. Está em nós. É uma chama divina que habita em nosso interior e jamais se consome. Quando acendemos um fogo, se não pusermos lenha sempre que necessário, ele apagará. Consumida a lenha, termina o fogo. A chama do fogo do Espírito Santo é esta “sarça” que queima sem parar em nosso interior. Ela é capaz de queimar o tempo todo e não se consumir. Isso ocorre porque se trata de uma chama divina, portanto, não necessita que “se reponha a lenha”.
b. Esta terra é santa. Quem a santifica é a presença da chama ardente, que não se consome. Que permanece acessa. A terra torna-se santa devido à chama que nela está queimando. Aqui nos damos conta de que há verdadeiramente a possibilidade de sermos santos. A santidade é possível não porque sejamos uma terra santa por nós mesmos. Somos e continuamos pecadores, mas em nós arde uma chama, “a chama do amor”, a chama do Espírito Santo. Quem se deixa iluminar, é aquecido por ela. Quem segue este conselho da Palavra de Deus “deixai-vos conduzir pelo Espírito e não satisfareis os apetites da carne” (cf. Gálatas 5,16), crescerá em santidade, tornar-se-á “uma terra santa”.
Santidade é uma obra do Espírito Santo em nós. Assim como o fruto é uma “obra” da árvore; a pintura, do pintor; a escultura, do escultor; a santidade é uma ação do Espírito Santo Paráclito. Esta santidade poderá ser percebida pelos frutos daquela “terra” na qual arde a “sarça” do Espírito: “o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança” (cf. Gálatas 5, 22).
c. “Tira as sandálias dos pés”. Posso pisar sobre um fio elétrico e levar um grande choque ou não. Depende do isolante que eu tenha em meu calçado. Deus diz a Moisés: “Tira o 'isolante' dos teus pés”. Tira as sandálias! Pisa na terra! Entra em contado direto com ela. Sente o calor da terra. Deus deu-nos o Espírito Santo. Quis colocá-Lo tão em contato conosco que acabou colocando-O dentro de nós. Somos por Ele habitados para estarmos em contato direto o tempo todo e totalmente com Ele. Onde há isolante, a energia não chega. A cinza que se acumula sobre a brasa não permite que ela aqueça o churrasco. É preciso soprá-la. Jesus “soprou sobre eles dizendo-lhes: recebei o Espírito Santo” (cf. João 20, 22). O calor do Espírito nos aquece. Com esta força podemos progredir na santidade.
Se até hoje buscamos a santidade pelas nossas boas obras, renúncias, sacrifícios, podemos continuar. Mas, vamos acrescentar nessa busca a súplica constante para que o Pai dos Céus, que nos adotou como filhos, continuamente, sopre sobre “as brasas do Espírito” que recebemos no batismo. Que a chama da sarça do Espírito cresça sempre mais nesta terra, templos do Espírito, que somos, como nos diz a Palavra: “Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?” (I Coríntios 6,19). Desta forma nos tornaremos cada dia mais santos, porque possuídos, fortificados e guiados pelo Espírito Santo.
Peçamos todos os dias: Sarça ardente do Divino Espírito, que habitas em mim, e que me tornastes santo pelo Batismo, ajuda-me a progredir no caminho da santidade e a produzir os frutos do Espírito. Então não precisarei dizer para ninguém: “sou santo!”. Essa declaração vai se tornar dispensável, pois, “pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos?” (Mateus 7,16).

Padre Alir Sanagiotto, SCJ

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Bíblia: ler o texto dentro do seu contexto




A proposta desse artigo é entendermos melhor uma regra de ouro da literatura, qualquer que seja ela: ler o texto dentro do seu contexto. Isso significa vê-lo também como produto de pessoas diferentes e de épocas também diferentes.
Muitas vezes, nos sentimos desencorajados com determinados textos bíblicos por não conseguirmos entendê-los. Quem nunca leu uma passagem bíblica e não apreendeu quase nada do que estava escrito ali? Quem nunca deparou com conceitos muito complicados e muito distantes daquilo que entendemos e vivemos hoje?
Isso acontece porque cada um dos livros da Sagrada Escritura faz parte de um contexto mais amplo, cujos textos foram escritos numa época muito distante da nossa. Dessa forma, a leitura se torna um pouco mais complexa e, não raras vezes, incompreensível, em virtude de uma distância temporal, linguística e cultural existente entre a redação do texto bíblico e a leitura e a interpretação que fazemos hoje.
E por isso chamamos a atenção para a necessidade de uma leitura mais cuidadosa e não tão rápida e superficial, para que não ocorra uma interpretação equivocada e arriscada. Porque é natural entendermos o que lemos a partir de conceitos e da ideia que temos do mundo moderno em que vivemos, esquecendo-nos de que a Bíblia é formada por textos antigos, construídos num mundo diferente do nosso.
Dessa maneira, precisamos buscar o máximo de informações sobre o texto que iremos estudar. Tudo que o cerca, de modo especial o período em que foi escrito e qual contexto histórico que o influencia. Quanto mais informações tivermos a respeito dele [texto], tanto mais poderemos nos guiar pela regra literária citada no começo deste artigo: ler o texto dentro do contexto.
Mas como podemos saber mais sobre a época em que os textos bíblicos foram compostos e sob quais condições se deu esse processo de redação do texto que vamos ler?
É fácil. Basta consultarmos as nossas próprias Bíblias, pois elas nos fornecem essas informações. Precisamos conferir as introduções apresentadas antes de cada livro bíblico. Assim acontece, por exemplo, nas traduções da Bíblia, como a versão da TEB, da Bíblia Jerusalém e do Peregrino. Ou ainda, como na tradução da Bíblia Ave-Maria que traz logo na sua abertura um comentário sobre cada um dos livros bíblicos.
Essas introduções são muito importantes, pois nos dão informações preciosas a respeito do livro que vamos ler, informações estas muito úteis e práticas a respeito do período de composição do texto, sobre o contexto histórico no qual se deu essa redação, a qual grupo esse texto foi primeiramente dirigido, quem o redigiu, entre outros.
Caso tenhamos acesso a fontes confiáveis que podem, da mesma maneira e talvez de forma mais completa, nos fornecer essas informações, podemos e devemos utilizá-las, pois, como dissemos anteriormente, quanto mais informações temos do texto, tanto maior será nossa segurança de que o leremos dentro do contexto, evitando erros e equívocos. Mas, lembre-se: é importante que conheçamos bem essa literatura secundária utilizada para não consultarmos uma bibliografia que possa nos levar ao erro.
Um alerta aos que fazem uso da internet: muito cuidado ao buscar essas informações nesse espaço virtual. Não tenho nada contra a rede mundial de computadores; muito pelo contrário, sou usuário e a vejo como um facilitador da vida cotidiana. Mas, infelizmente, em se tratando de estudos bíblicos, a grande maioria das coisas que encontro nela possui muitos erros ou está ligada a outra doutrina diferente da católica.
Outro recurso apresentado pelas Bíblias, que além de nos auxiliar na compreensão dos textos, também nos fornece informações importantes sobre o conteúdo do que lemos são as notas de rodapé. Essas observações são muito valiosas porque são explicativas e por meio delas nos esclarecidas questões ligadas à língua, à geografia, à cultura, entre tantas outras coisas que facilitam o nosso entendimento deles. Muitos as ignoram, justamente por serem pequeninas, às vezes é difícil enxergá-las, mas elas estão ali para servir de auxílio para que o texto se torne mais acessível a nós que estamos distantes temporal, cultural e linguisticamente dos textos bíblicos.
Enfim, é necessário fazer uso desses recursos presentes nas nossas Bíblias, assim como das introduções nos livros e das notas de rodapé. Esses recursos fazem, de certo modo, parte da leitura e não podemos ignorá-los. A Igreja, e nossos tradutores, conhecem as distâncias entre nós e o texto e, consequentemente, sabem do risco de uma leitura fora de contexto. Ou seja, informações presentes na própria Bíblia, ainda que não sejam o texto bíblico propriamente dito, são não apenas importantes, mas necessárias para uma leitura da Palavra de Deus sem equívocos e que permita, verdadeiramente, nosso encontro com o sagrado.

Denis Duartecontato@denisduarte.com

Oração é a alma da atividade pastoral, destaca Bento XVI



O Papa Bento XVI recebeu esta manhã, 21, em Castel Gandolfo, os 120 bispos que estavam reunidos nesses dias, no Vaticano, para o curso organizado pelas Congregações para os Bispos e para as Igrejas Orientais. Em seu discurso, o Santo Padre destacou a necessidade de intensificar a vida de oração, que segundo ele, é a alma da atividade pastoral, e ajudar, com o exemplo, os sacerdotes. Bento XVI recordou que este ano o curso se insere no contexto do Ano Sacerdotal, convocado para promover uma renovação de todos os sacerdotes, de modo que seu testemunho evangélico se torne mais forte e incisivo no mundo de hoje.Citando a exortação pós-sinodal Pastores Gregis, de João Paulo II, Bento XVI falou do elo que une o bispo aos sacerdotes. No dia da ordenação presbiteral, quando o novo presbítero põe suas mãos nas do bispo, ambos assumem uma responsabilidade: o sacerdote se confia ao bispo e este, por sua vez, se empenha em custodiar e promover a identidade sacerdotal dos presbíteros.Identidade que hoje é colocada à prova pela crescente secularização. Portanto, de modo especial, o bispo é chamado a alimentar nos sacerdotes a vida espiritual, para favorecer neles a harmonia entre a oração e o apostolado, observou o Pontífice.O segredo para a fecundidade do ministério presbiteral, afirmou, consiste em permanecer unido ao Senhor. Então advertiu: "A missão de um presbítero e, principalmente, a de um bispo, comporta hoje uma quantidade de trabalho que tende a absorvê-lo continua e totalmente. As dificuldades aumentam e as incumbências se multiplicam. (…) Todavia, a atenção aos problemas jamais deve nos distrair da união íntima e pessoal com Cristo".O tempo que o sacerdote e o bispo consagram a Deus na oração é sempre o melhor aproveitado, disse o Papa, "porque a oração é a alma da atividade pastoral, a linfa que lhe infunde força, é o apoio nos momentos de incerteza e de desencorajamento e a fonte inesgotável de fervor missionário e de amor fraterno por todos".No centro da vida sacerdotal está a Eucaristia, recordou Bento XVI, que concluiu: "Que a Celebração Eucarística ilumine toda a jornada de vocês e de seus sacerdotes, imprimindo a sua graça e o influxo espiritual nos momentos tristes ou alegres, agitados ou tranqüilos, de ação ou de contemplação. (…) Com a Palavra e os Sacramentos, São João Maria Vianney edificou o seu povo".
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